sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mensagem do Reitor-Mor aos jovens do MJS - Parte III




Olá pessoal!

Aqui está a terceira e última parte da mensagem deste ano do Reitor-Mor aos jovens!

Sejam os novos profetas, homens capazes de indicar na desorientação dos espíritos o caminho a percorrer e, na incerteza do instável, o novo que Deus faz desabrochar no coração e na história. O sentido da vida, como profecia e como missão, torna-se um tesouro imenso para a sociedade.
Não há mais tempo ou espaço para a mediocridade, pois a tepidez e melancolia espiritual estão nos forçando a nos nutrirmos das sobras culturais do nosso tempo. Queridos jovens, não arruínem a própria juventude vivendo-a de modo superficial, sem bússola e sem energia! Sonhem coisas grandes! Realizem coisas grandes em suas vidas!
A vida torna-se testemunho na medida em que torna visível a grandeza que a constitui, na medida em que vence os temores que a intimidam, na medida em que faz ressoar intensamente palavras verdadeiras e sensatas. Sejam testemunhas prontas a arriscar, não por confiarem na própria força, mas por saberem fazer da fraqueza o instrumento de demonstração da eficácia da ação de Deus. Desçam às vias do cotidiano e percorram os caminhos da vida ordinária, onde muitos dos vossos amigos esbanjam a própria existência na busca muitas vezes inútil de felicidade. Alardeiem a própria vontade de mudança.
Sejam sentinelas prontas a lançar sinais de amor capazes de suscitar a esperança e a coragem de viver, livres e lúcidos intérpretes das exigências do Evangelho. Sejam cidadãos que gastam um pouco da própria vida pelo bem comum, em espírito solidário e atento às realidades do território.
O abandono por parte das instituições pode gerar ceticismo; a falta de pais, como fachos de luz em noite tempestuosa, pode deixá-los sem estrela polar que indique a rota, em poder do naufrágio dramático dos mais puros sentimentos sufocados pela corrida ao sucesso, ao lucro pessoal, ao prazer superficial. Todos esses desafios recolocam continuamente em jogo o sentido da vida. Encontrem o sonho que lhes restitua os valores que ajudam a caminhar e dão força para superar as dificuldades. Não queiram caminhar sozinhos, mas estando "junto", reforçando o sentimento de responsabilidade para consigo mesmos e para com os outros, desenvolvendo o hábito da solidariedade que, rompendo o isolamento, os reforce na busca do sentido da vida mais do que do sucesso.
 

Promovam a cultura da solidariedade, cultivem atitudes de serviço desinteressado, aumentando no coração a consciência da necessidade de contrapor-se às mil formas de egoísmo persistente que está afetando a sociedade. O voluntariado é "uma escola de vida, um fator peculiar de humanização", de abertura aos valores.
Queridos jovens, vocês sabem o quanto estou interessado em suas vidas. Sempre penso em vocês no Senhor e sempre penso em vocês naquela grande família que é a Igreja. Por isso, fico contente em encerrar esta mensagem com alguns pensamentos do Papa Bento XVI apresentados numa mensagem natalícia.

Parece-me que as suas palavras traçam para todos nós uma rota, um itinerário, um projeto de vida.
Falando à cúria vaticana, o Santo Padre referiu-se à JMJ 2011, realizada em Madri, como "uma forma nova, rejuvenescida, de ser cristãos". Justamente dessa Jornada Mundial da Juventude, eu quis sublinhar cinco aspectos principais que caracterizaram aquele evento inesquecível. Podem ser cinco caminhos para hoje anunciar e testemunhar Cristo a um mundo que parece cansado da proposta cristã e desgostoso dela.
Primeiro aspecto. A participação de jovens vindos de todas as partes do mundo, com diversidade de raças, povos, línguas e culturas, evidenciou "uma nova experiência da catolicidade, da universalidade da Igreja", que nos faz descobrir que somos todos irmãos e irmãs, unidos numa única família, tocados pelo único Senhor, Jesus, compartilhando uma liturgia comum. Não se trata de uma ideia, mas de uma experiência real.
Segundo. O empenho generoso e alegre de milhares de voluntários ressaltou este novo modo de ser homem, de ser cristão. "Ser para os outros é uma coisa bela". A vida e o tempo encontram o seu significado pleno quando são entregues livremente, quando não se reservam para si.
Terceiro. O intenso silêncio diante do Santíssimo Sacramento, em atitude de adoração, é expressão da fé nesta fonte de espiritualidade, que dá energia para a entrega da própria vida. O Senhor Ressuscitado está presente em todos os lugares, mas de modo especial na Eucaristia.
Quarto. A aproximação do Sacramento da Penitência demonstrou que, embora sendo criados por Deus e, portanto, destinados a chegar à plenitude de vida que vem do Amor, experimentamos em nós a força do mal que nos leva ao egoísmo nas formas mais variadas. Esta condição faz de nós conscientes de que somos carentes de perdão, perdão que é também sinal de responsabilidade.
Enfim, a alegria que provém da fé, da certeza de sermos queridos, acolhidos, benquistos, amados por Deus, por Alguém que nos diz "é bom que você exista", por Alguém que pensou em nós e num projeto para nós.
Em síntese, a "nova evangelização" é um apelo a viver em comunhão, a viver para os outros, a adorar a Deus, a obter o seu perdão, a entregar-nos ao seu amor. Eis o caminho que abre à alegria.
Uma saudação cheia de afeto, meus queridos amigos! Enquanto pensam em Mim, saibam que também eu penso em vocês. Trago-os no coração, lugar onde acolho as pessoas mais queridas. Recordo-me de vocês e os apoio com a minha oração junto de Jesus, para serem imagem dele, fazendo de suas vidas um dom. Só assim encontrarão a felicidade, a alegria de um sonho que, abrindo-os ao Mistério de Deus, lhes permita navegar para águas límpidas e profundas, para aquela plenitude de potencialidades que Deus semeou desde sempre em seus corações.
Com amor de um pai,

O vosso D. Bosco
Roma, 31 de janeiro de 2012

1 comentário:

Ricky disse...

Desta terceira parte, destaco as seguintes frases:

"Não queiram caminhar sozinhos, mas estando "junto", reforçando o sentimento de responsabilidade para consigo mesmos e para com os outros, desenvolvendo o hábito da solidariedade que, rompendo o isolamento, os reforce na busca do sentido da vida mais do que do sucesso.

Promovam a cultura da solidariedade, cultivem atitudes de serviço desinteressado, aumentando no coração a consciência da necessidade de contrapor-se às mil formas de egoísmo persistente que está afetando a sociedade. O voluntariado é "uma escola de vida, um fator peculiar de humanização", de abertura aos valores."

Foi a Marlene que as ditou ao Reitor-Mor! hehe

Quando nos damos aos outros, aprendemos muitas coisas úteis para a nossa vida adulta e crescemos com outra atitude face aos desafios que vamos encontrando.