sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Obra Salesiana no Haiti

Temos nos olhos as imagens que os canais de TV e os jornais de todo o mundo estão a transmitir em relação à catástrofe causada por um terremoto de magnitude 7.0 que atingiu a capital do Haiti, Porto Príncipe, dia 12 de Janeiro.

Em Porto Príncipe, as Filhas de Maria Auxiliadora estão distribuídas em 6 comunidades. Além da sede da casa inspectorial, que pelo que sabemos não sofreu muitos danos, há outras casas nossas que sofreram grandes prejuízos e uma Irmã jovem ficou ferida e encontra-se agora no hospital. As obras das FMA contemplam escolas, internatos, orfanatos, centros de promoção, acolhimento de meninos e meninas de rua, centros de alfabetização e formação profissional, oratórios e centros juvenis. Ambientes muito frequentados por jovens, adolescentes e crianças.

Pelas notícias recebidas percebe-se que os danos são enormes, tanto às pessoas quanto às coisas. A nação, uma entre as mais pobres do continente americano, encontra-se agora perante uma grande emergência humanitária.

“Fomos atingidos gravemente” – afirma o P. Ducange Sylvain, novo superior da Visitadoria Beato P. Filipe Rinaldi, do Haiti, referindo-se à realidade salesiana. Numa breve e dramática comunicação, o P. Sylvain traça o quadro da situação:

A obra de Porto Príncipe Enam e as presenças limítrofes ao Instituto São João Bosco, como a Obra das Pequenas Escolas do P. Bonhem confiadas aos Salesianos, e as “Lakay”, foram as mais atingidas de toda a cidade. Os salesianos da obra estão feridos. O Sr. Sanon morreu sob os escombros e, infelizmente, debaixo deles estão ainda soterrados mais de 200 alunos.
A Casa inspectorial e a obra de Fleuriot, ambas em Porto Príncipe, ficaram gravemente danificadas. Dois jovens salesianos em formação, que estavam na Universidade, continuam desaparecidos.
Perto da obra de Carrefour-Thorland, uma parte da casa e o centro de acolhimento desabou, mas estão salvos os Salesianos. Em Gressier ruíram as salas de aula.
Em Petion-Ville os edifícios sofreram danos e graves estragos.
O P. Harold Bernard foi tirado dos escombros vivo.
Dom Joseph Serge Miot, Arcebispo de Porto Príncipe, morreu sob as ruínas.

“A situação está muito difícil!” – conclui o P. Ducange Sylvain. Os esforços dos socorros e dos mesmos salesianos se concentram prioritariamente em tentar extrair os sobreviventes das ruínas, especialmente os mais de 200 alunos de Porto Príncipe Enam.

O mundo salesiano já está mobilizado para oportunas actividades de auxílio à população haitiana.

O Dicastério para as Missões da Congregação, com a colaboração da Procuradoria missionária salesiana de New Rochelle (EUA) e a “Don Bosco Network” (DBN), está empenhado na criação de uma rede de arrecadação de auxílios provenientes das Inspetorias e dos benfeitores de tudo o mundo. As Inspetorias da Espanha, da Venezuela e da Itália já estão actuando.

As Missões salesianas estão a cooperar com as estruturas de “Catholic Charities”, “Catholic Relief Services” e “Feed the Children”, para enfrentar as emergências alimentares e sanitárias mais urgentes.

O Dicastério para as Missões pensa em coordenar, num segundo momento, as disponibilidades de recursos humanos e de voluntariado que estão a chegar de várias regiões.

Estão chegando entretanto outras notícias sobre os salesianos da Visitadoria Beato Filipe Rinaldi, do Haiti: o P. Attilio Stra, diretor da obra de Porto Príncipe-Enam ficou ferido; o P. Simon Gatine Joseph Maceus, criador do projeto “Timkatec” para a ajuda dos meninos de rua, de Petion-Ville, foi levado a Miami (EUA) para ser submetido a tratamentos médicos; mas as suas condições não despertam maiores preocupações. Infelizmente, não se têm informações sobre a sorte dos mais de 200 alunos da escola de Porto Príncipe-Enam.

As tentativas de comunicação com os responsáveis da Visitadoria e com outros salesianos continuam difíceis.

"Por um lado é bom sabermos que a Família Salesiana está radicada nos lugares mais pobres do globo e já arregaçou as mangas. O Reitor Mor e a Madre Ivonne dizem que Salesianos e FMA percorrem as ruas socorrendo, amparando e já se mobilizaram Irmãs da Republica Dominicana para lá. Que Deus os ajude e a Mãe Auxiliadora conforte os aflitos e atingidos pelo flagelo." - Irmã Lourdes

3 comentários:

Ir. Lourdes disse...

fico muito triste por nenhum dos nossos jovens comentar este artigo. Quê? Não vos diz nada? Não há palavras? ou estás sossegado no teu quentinho do "não foi nada comigo"? Não podemos ficar inertes perante a tragédia dos outros!
Muito bem que a equipa está atenta e vai fazendo o lindo trabalho de despertar as consciências! D. Bosco e os seus jovens contam com todos.

Anónimo disse...

Acho a tragédia que aconteceu horrivel mas a vida é assim mesmo.... :(

Ricky disse...

Essa frase é perigosa, Anónimo.

A vida é assim, não há nada que possamos fazer? A vida é assim por isso deixa andar? Eu acho que a vida não precisa de ser assim!

O terramoto podia ser evitado? Não! Previsto? Ainda não! Mas as pessoas podiam estar mais bem preparadas? Claro que sim!

Mas já aconteceu, e foi a tragédia que foi... Haverá algo a fazer pelas vítimas? Ou é a vida? Não cruzemos os braços!